O vingador
Este colunista
recebeu de um leitor de Pinhalão, alguns áudios em que o prefeito da cidade,
Claudinei Beneti e sua mulher comentam o resultado da eleição no município, no
qual seu candidato venceu o pleito por apenas seis votos. Ele esbraveja e fala
em traição, mas admite que vai colocar cada traidor em seu devido lugar. A
mulher do prefeito usa linguagem incompatível a qualquer ser humano, muito
menos em se tratando de uma mulher.
Segundo outra
fonte, uma funcionária da prefeitura vem sofrendo perseguição implacável por
parte de Beneti, inclusive tendo sido afastada por quatro vezes do cargo que
ocupa na prefeitura. Foi preciso recorrer à justiça para que ela fosse
reintegrada à função. Triste perceber que este tipo de política nefasta ainda é
prática em todos os cantos do país, onde ainda sobrevivem os tiranetes de
plantão.
Descrédito
O
resultado das eleições municipais de 2016 revelou o pior cenário, nas últimas
duas décadas, para congressistas que disputaram prefeituras em todo o país.
Desde os anos 1990 não era tão ruim o desempenho dos deputados e senadores
que tentaram a chefia do Executivo em suas respectivas cidades. Dos dois
senadores e 83 deputados que registraram candidaturas, apenas 19 (15,7%)
conseguiram algum êxito – dez foram eleitos ainda no primeiro turno, cinco
venceram as disputas do segundo turno, e outros quatro foram eleitos
vice-prefeitos
Faltosos
De acordo com o calendário das eleições municipais deste ano, termina
hoje, dia 1º de novembro, o prazo para o mesário que não compareceu no primeiro
turno das eleições, apresentar sua justificativa ao juízo eleitoral. Já para o
mesário que abandonou o posto no segundo turno, o prazo se encerra no dia 2 de
novembro.
Punição
Diante da ausência de justificativa plausível por parte do mesário
faltoso cabe a sanção de multa, prevista no artigo 124 do Código Eleitoral, no
valor correspondente a 50% de um salário-mínimo vigente na respectiva zona
eleitoral. Se o mesário faltoso for servidor público ou autárquico, a pena será
de suspensão de até 15 dias.
Recado das urnas
Para o jornalista e
especialista em ciência política João Paulo Borges, o recorde de abstenções,
votos brancos e nulos é a resposta da sociedade brasileira aos políticos do
país. Na sua avaliação, contabilizados os votos nas 57 cidades brasileiras
onde ocorreu segundo turno, a classe política tem um grande desafio pela
frente: interpretar o recado dos eleitores que compareceram ou não às urnas.
Uma coisa é certa: a insatisfação com os políticos e o desinteresse de grande
parte da população pela política têm aumentado eleição após eleição. Reflexo
disso é o crescente percentual de votos nulos, brancos e abstenção em todo o
país – foi de 26,5% em 2012 e, neste ano, passou para 32,5%. Dos 32,9
milhões aptos a votar em municípios onde houve segundo turno, quase de 7,1
milhões não apareceram (21,6% do eleitorado). Dos que foram, 2,7 milhões
votaram nulo (12,41% dos votos) e outros 936 mil optaram pelo branco (4,28% dos
votos).
Sinal vermelho
Ainda conforme Borges, em Florianópolis, uma das capitais onde a disputa
foi a mais acirrada, o fenômeno do “não voto” somou 93.527 registros – pouco
mais de 51 mil abstiveram-se de escolher o próximo prefeito. No Rio de Janeiro,
a realidade foi ainda mais emblemática: o número de pessoas que se abstiveram
foi maior do que os votos do segundo colocado, 1,3 milhões de pessoas – somadas
aos que votaram nulo ou branco, ultrapassam a votação do primeiro colocado.
Coisa do passado
Pelo visto, para milhões de brasileiros foi-se o tempo em que votar era
um dever cívico, um direito que deveria ser valorizado e exercido com
consciência, observa o jornalista. “Não votar ou anular tem sido uma opção que
ganha cada vez mais adeptos. Lamentavelmente o que assistimos é um crescente
desencantamento do eleitor com a política e os representantes”, opina. Na
avaliação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar
Mendes, há um “estranhamento” entre cidadãos e os políticos. Como mudar este
cenário?
Reforma política
Uma pergunta de difícil resposta, mas que sem dúvida passa pela tão
falada e sonhada profunda reforma política. Uma nova comissão especial para
discutir o tema foi instalada recentemente na Câmara dos Deputados. Mais um
colegiado entre tantos que já debateram o assunto e pouco avançaram. Espera-se
que diante dos altos números de abstenções e votos nulos e brancos nas eleições
2016, os nobres congressistas pensem bem antes de pautarem apenas mudanças
fictícias que não transformem para valer o sistema eleitoral e político
brasileiro. 2018 é logo ali e o eleitor deu seu recado.
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