terça-feira, 1 de novembro de 2016

Panorama Regional



O vingador
Este colunista recebeu de um leitor de Pinhalão, alguns áudios em que o prefeito da cidade, Claudinei Beneti e sua mulher comentam o resultado da eleição no município, no qual seu candidato venceu o pleito por apenas seis votos. Ele esbraveja e fala em traição, mas admite que vai colocar cada traidor em seu devido lugar. A mulher do prefeito usa linguagem incompatível a qualquer ser humano, muito menos em se tratando de uma mulher.
Segundo outra fonte, uma funcionária da prefeitura vem sofrendo perseguição implacável por parte de Beneti, inclusive tendo sido afastada por quatro vezes do cargo que ocupa na prefeitura. Foi preciso recorrer à justiça para que ela fosse reintegrada à função. Triste perceber que este tipo de política nefasta ainda é prática em todos os cantos do país, onde ainda sobrevivem os tiranetes de plantão.

Descrédito
O resultado das eleições municipais de 2016 revelou o pior cenário, nas últimas duas décadas, para congressistas que disputaram prefeituras em todo o país. Desde os anos 1990 não era tão ruim o desempenho dos deputados e senadores que tentaram a chefia do Executivo em suas respectivas cidades. Dos dois senadores e 83 deputados que registraram candidaturas, apenas 19 (15,7%) conseguiram algum êxito – dez foram eleitos ainda no primeiro turno, cinco venceram as disputas do segundo turno, e outros quatro foram eleitos vice-prefeitos

Faltosos
De acordo com o calendário das eleições municipais deste ano, termina hoje, dia 1º de novembro, o prazo para o mesário que não compareceu no primeiro turno das eleições, apresentar sua justificativa ao juízo eleitoral. Já para o mesário que abandonou o posto no segundo turno, o prazo se encerra no dia 2 de novembro.

Punição 
Diante da ausência de justificativa plausível por parte do mesário faltoso cabe a sanção de multa, prevista no artigo 124 do Código Eleitoral, no valor correspondente a 50% de um salário-mínimo vigente na respectiva zona eleitoral. Se o mesário faltoso for servidor público ou autárquico, a pena será de suspensão de até 15 dias.

Recado das urnas
Para o jornalista e especialista em ciência política João Paulo Borges, o recorde de abstenções, votos brancos e nulos é a resposta da sociedade brasileira aos políticos do país. Na sua avaliação, contabilizados os votos nas 57 cidades brasileiras onde ocorreu segundo turno, a classe política tem um grande desafio pela frente: interpretar o recado dos eleitores que compareceram ou não às urnas. Uma coisa é certa: a insatisfação com os políticos e o desinteresse de grande parte da população pela política têm aumentado eleição após eleição. Reflexo disso é o crescente percentual de votos nulos, brancos e abstenção em todo o país – foi de 26,5% em 2012 e, neste ano, passou para 32,5%. Dos 32,9 milhões aptos a votar em municípios onde houve segundo turno, quase de 7,1 milhões não apareceram (21,6% do eleitorado). Dos que foram, 2,7 milhões votaram nulo (12,41% dos votos) e outros 936 mil optaram pelo branco (4,28% dos votos).

Sinal vermelho
Ainda conforme Borges, em Florianópolis, uma das capitais onde a disputa foi a mais acirrada, o fenômeno do “não voto” somou 93.527 registros – pouco mais de 51 mil abstiveram-se de escolher o próximo prefeito. No Rio de Janeiro, a realidade foi ainda mais emblemática: o número de pessoas que se abstiveram foi maior do que os votos do segundo colocado, 1,3 milhões de pessoas – somadas aos que votaram nulo ou branco, ultrapassam a votação do primeiro colocado.

Coisa do passado
Pelo visto, para milhões de brasileiros foi-se o tempo em que votar era um dever cívico, um direito que deveria ser valorizado e exercido com consciência, observa o jornalista. “Não votar ou anular tem sido uma opção que ganha cada vez mais adeptos. Lamentavelmente o que assistimos é um crescente desencantamento do eleitor com a política e os representantes”, opina. Na avaliação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes, há um “estranhamento” entre cidadãos e os políticos. Como mudar este cenário?

Reforma política
Uma pergunta de difícil resposta, mas que sem dúvida passa pela tão falada e sonhada profunda reforma política. Uma nova comissão especial para discutir o tema foi instalada recentemente na Câmara dos Deputados. Mais um colegiado entre tantos que já debateram o assunto e pouco avançaram. Espera-se que diante dos altos números de abstenções e votos nulos e brancos nas eleições 2016, os nobres congressistas pensem bem antes de pautarem apenas mudanças fictícias que não transformem para valer o sistema eleitoral e político brasileiro. 2018 é logo ali e o eleitor deu seu recado.

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